@MASTERSTHESIS{ 2021:1990357893, title = {O IMAGINÁRIO DA DOR NA FANPAGE DO MEDICAMENTO DORFLEX}, year = {2021}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/6185", abstract = "A dor é um fenômeno fisiológico, mas que também é constituída por aspectossimbólicos, uma vez que depende dos atravessamentos de sentido que o corpo social atribui ao fenômeno. Os modos de se compreender e lidar com a dor integram, portanto, um imaginário. No cenário contemporâneo, atravessado pela cultura das redes, a noção de dor tende a estar imbricada a aspectos lúdicos, oníricos, afetivos e mercadológicos de escolhas outrora supostamente ancoradas no campo da razão. O objetivo deste estudo é compreender os deslocamentos da noção de dor nas redes sociais digitais e suas implicações na sociedade pós-moderna, a partir de um estudo de caso (YIN, 2001) da fanpage do medicamento Dorflex. A investigação de caráter quali-quantitativo utiliza as pesquisas documental e bibliográfica (DUARTE, 2010), a análise de conteúdo por categoria temática (BARDIN, 1977) e fundamenta-se nas teorias da socioantropologia do imaginário (MAFFESOLI, 2001, 2003, 2011, 2012, 2014, 2016, 2018, 2019; GOMES, 2016, 2017, 2018, 2019; SILVA, 2012; 2017) e a noção de biopoder (FOUCAULT, 1979, 1999, 2011). O corpus da pesquisa é composto por 146 postagens da linha do tempo da fanpage, publicadas entre os anos de 2013 e 2019, e divididas em cinco categorias temáticas: institucional, entretenimento, relacionamento, motivacional e cotidiano. A fanpage de Dorflex atua na gestão e controle dos corpos; é uma forma de biopoder que se atualiza com o advento das mídias sociais digitais. A página implica os indivíduos de forma lúdica e prazerosa para que sejam responsáveis pelo próprio bem-estar. A noção de dor na fanpage ultrapassa a esfera corporal para se transfigurar em uma ambiência; um sentir comum. A dor é uma realidade simbólica acionada pela tecnologia do imaginário, a publicidade, e se articula ao hedonismo e à disseminação da cultura terapêutica. O sofrimento é concebido como um sintoma circunstancial a ser medicalizado e não como condição própria da existência. O consumo de informação na página é desprovido de fins utilitários e se revela como uma prática social em que o lúdico, a esfera emocional e o fomento de laços sociais adquirem relevância. Se a dor provoca o autocentramento, a analgesia incita à comunhão. As postagens apresentam Dorflex como um dispositivo mágico capaz de livrar os internautas dos males e envolvê-los em um clima de felicidade e satisfação. A publicidade é um dispositivo eficaz para intervir no imaginário; seduz sem coibir, aponta para o risco sem penalizar os excessos e transforma o uso do medicamento em rito cotidiano. Como tecnologia do imaginário, a fanpage desloca o sentido da dor, que deixa de ser uma condição que submete o indivíduo para tornar-se um fenômeno passível de escolha e controle. A intervenção técnica se sobrepõe aos limites da natureza humana potencializando a fruição da vida. As imagens reforçam o hedonismo pós- moderno em que se procura banir qualquer sinal de mal-estar.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO -MESTRADO EM COMUNICAÇÃO - PPGCOM CCSST (Campus Imperatriz)}, note = {DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL/CCSO} }