@MASTERSTHESIS{ 2025:148694081, title = {PERCEPÇÕES DE GESTORES SOBRE O ATENDIMENTO À MULHERES TRANS VENEZUELANAS EM BOA VISTA E MANAUS}, year = {2025}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/6024", abstract = "INTRODUÇÃO: O fenômeno migratório impõe desafios significativos para a saúde pública, especialmente no atendimento às populações vulneráveis. O Brasil, inserido no contexto das migrações internacionais, tem recebido um grande contingente de venezuelanos devido à crise política e econômica do país fronteiriço. Entre esses migrantes, as mulheres trans enfrentam obstáculos adicionais no acesso a serviços essenciais, o que ressalta a urgência de políticas públicas inclusivas e sensíveis ao status migratório e de gênero, sobretudo em um país reconhecido como um dos mais perigosos para pessoas trans. OBJETIVO: Analisar as percepções de gestores sobre o atendimento a mulheres trans venezuelanas que migraram para Boa Vista (RR) e Manaus (AM). MÉTODO: Trata-se de uma abordagem qualitativa, utilizando entrevistas semiestruturadas realizadas com gestores em Boa Vista (RR) e Manaus (AM) por amostra intencional. A exploração dos dados foi feita com base na Análise de Conteúdo na modalidade Temática e na teoria de Pierre Bourdieu, que oferece um arcabouço para compreender as relações humanas no campo social. RESULTADOS: O estudo, disposto em três categorias de análise, revela a percepção de dezesseis gestores sobre os desafios enfrentados por mulheres trans venezuelanas migrantes. Na categoria que trata do habitus transfóbico e violência simbólica, os gestores relatam como o preconceito e a discriminação se perpetuam desde o país de origem até o Brasil. A categoria para o capital simbólico e sociocultural na mediação do acesso a direitos analisa as relações de poder que determinam a efetivação ou negação de recursos vitais, como acesso a saúde e moradia. Por fim, a categoria do trabalho sexual como capital econômico evidenciou o estigma em torno dessa prática como meio de sobrevivência. Embora avanços no atendimento sejam destacados, persistem lacunas institucionais e na integração das políticas públicas sensíveis a gênero e nacionalidade. CONCLUSÃO: A percepção dos gestores evidencia uma crítica às deficiências sistêmicas, com destaque para a escassez de serviços públicos especializados. A falta de uma estrutura estatal robusta limita a eficácia das iniciativas de apoio, que dependem fortemente das organizações não governamentais e agências internacionais de assistência humanitária. Os achados evidenciam oportunidades de aprimoramento para a construção de uma rede de atendimento que garanta dignidade à essas mulheres para sua plena integração no território brasileiro.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA/CCBS}, note = {DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM/CCBS} }