@PHDTHESIS{ 2024:304471169, title = {LEITURAS SOBRE OS “AWÁ DA MATA}, year = {2024}, url = "https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/5802", abstract = "Esta tese é um estudo sobre a situação atual dos Awá da mata, um povo indígena classificado pela Funai como “isolado” que habita as T.I. Araribóia, Awá, Caru e Alto Turiaçu, demarcadas e homologadas, localizadas na Amazônia maranhense. As informações sobre este povo foram construídas a partir de relatos de contatos entre os “Awá da mata” e os Tentehar/guajajara, povo indígena com quem eles partilham território e com não indígenas que com eles estabeleceram diferentes formas de contato. Dentre os não indígenas estão madeireiros, pescadores, lavradores, empresários e posseiros. A pesquisa de campo ocorreu na T.I. Araribóia e em centros, povoados e municípios localizados próximos das T.I. Araribóia, T.I. Alto Turiaçu, T.I. Awá e T.I. Caru. Não foi possível realizar pesquisa diretamente com os “Awá da mata” devido à dificuldade de aproximação e mesmo de localização desses grupos que se movimentam constantemente e assumem postura arredia. Os instrumentos de construção de dados foram em grande parte os recursos de acessibilidade, alguns, adaptados de acordo com minhas necessidades de mulher cega, como por exemplo, as bengalas os leitores de tela e os mapas mentais. Esses recursos são os meios que me proporcionam conhecer e apreender qualquer informação no mundo. Os primeiros procedimentos que executei antes de ir a campo, foram construir redes de contatos, tomando como ponto de partida, agentes com quem possuo relações familiares, de amizades, interesses e posições políticas, crenças, e gostos artísticos e culturais. Usei como registros de informações conversas informais através de redes sociais online com agentes diversos, indígenas, colonos, trabalhadores rurais, empresários, religiosos etc. Na minha relação com meus interlocutores, durante a pesquisa de campo, pude compreender que o que eu designava como “isolados”, os Awá já contatados definiam como “gente da mata” e os guajajara ou um não indígena, designavam como “brabo”. Então optei por utilizar a categoria “Awá da mata”, numa aproximação da denominação “gente da mata” criada pelos Awá contatados. Os “Awá da mata” vivem em constante ameaça, sofrem violências física e territorial justificadas por três tipos de desumanização dos Awá; os “brabos”, “capilobo” e “encantados”. Os posseiros, lavradores e moradores de centros, beiras, povoados justificam a invasão e as violências executadas contra esse povo como uma necessidade de liberar a terra para caçar, pescar e botar roça para comer. Os guajajaras chamam os Awá de “brabos” e afirmam que a T.I. Araribóia não é território dos “brabos”, que são considerados como “gente inferior”, mas território exclusivo dos guajajara. Os não indígenas referem-se aos “Awá da mata” como “brabos” com objetivo de negar a humanidade Awá, acreditando também que os Awá são monstros e seres místicos ou encantados. Nesse último sentido, os Awá não seriam nem animais nem humanos. Durante a pesquisa fui construindo uma nova identidade por meio de um entrelaçamento de relações sociais, espirituais e territoriais, inicialmente pelos meus avós. Iniciei o campo buscando identificar minhas origens Awá. Estando entre os guajajara, passei a ser considerada uma guajajara, o que excluía meu parentesco com os Awá. Isso foi extremamente importante para minha compreensão sobre alguns aspectos das relações entre os guajajara e os Awá “da mata” na Terra Indígena Araribóia.", publisher = {Universidade Federal do Maranhão}, scholl = {PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS/CCH}, note = {DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA/CCH} }