Compartilhamento |
![]() ![]() |
Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/5701
Tipo do documento: | Dissertação |
Título: | Sobre a noção de graça, pecado original e liberdade em Agostinho |
Título(s) alternativo(s): | On the notion of grace, original sin and freedom in Augustine |
Autor: | SODRÉ, Alessandro ![]() |
Primeiro orientador: | NASCIMENTO, Sidnei Francisco do |
Primeiro membro da banca: | NASCIMENTO, Sidnei Francisco do |
Segundo membro da banca: | SERRA, Maria Olilia |
Terceiro membro da banca: | LEITE, Jose Assunção Fernandes |
Resumo: | A existência do mal foi um problema que atormentou Agostinho por muito tempo, pois ele se perguntava como seria possível conciliar a ideia de um Deus perfeito, que cria todas as coisas boas, com a existência do mal. Isso poderia implicar a imperfeição da criação e do próprio Criador. Para resolver essa questão, o filósofo de Hipona se volta para a doutrina do pecado original e suas consequências. Essa doutrina está ligada diretamente à experiência de conversão de Agostinho e à sua busca por compreender a origem do mal. A elaboração da doutrina do pecado original permitiu a Agostinho expressar as dinâmicas da graça e romper com o fatalismo pagão e gnóstico, além de responder a questões relacionadas ao mal, sofrimento, erro, justiça e liberdade. Para defender sua posição, Agostinho utiliza três argumentos principais: teológico, patrístico e racional. Agostinho argumenta que o pecado é uma consequência do livre arbítrio humano e que a natureza humana é inclinada ao pecado devido à queda original de Adão e Eva. Ele defende que a natureza humana é essencialmente boa, uma vez que foi criada por Deus, mas que foi corrompida pelo pecado original. Nesse sentido, Agostinho afirma que o homem, em seu estado de pecado, não pode operar o bem sem o auxílio divino da graça. Surge, então, a necessidade da graça, um socorro divino especial e adaptado às necessidades da humanidade caída, para que esta reencontre seu lugar natural. Agostinho encontra suporte para seus argumentos nas Escrituras, especialmente nas cartas do apóstolo Paulo; na liturgia da igreja, que ora pedindo a graça divina; e na tradição dos padres apostólicos. A graça, para Agostinho, é a habitação divina no ser humano, redirecionando seu amor para Deus, para os bens superiores, e libertando-o do amor privativo. Essa habitação ocorre por meio do Espírito Santo, que se confunde com o próprio amor que se direciona a Deus. Essa operação na alma humana é a graça divina, essencial para a superação do pecado e a realização do bem. Desse modo, Agostinho não apenas responde às críticas e questionamentos de sua época, mas também oferece uma visão profunda e articulada da natureza humana, do pecado e da graça, reafirmando a necessidade do auxílio divino para a salvação do homem. Neste esquema de pecado e graça, Agostinho não elimina a liberdade humana. Ele compreende o homem como: possuidor de uma vontade livre, capaz de escolher e, por isso, merecedor da justa punição pelos pecados ou da recompensa por suas boas obras. Contudo, para Agostinho, a verdadeira liberdade não é apenas a capacidade de escolher, mas sim a capacidade de fazer o bem e voltar-se para os bens superiores, para Deus. Quanto mais a vontade humana se sujeita à graça divina, mais sã e verdadeiramente livre ela se torna. |
Abstract: | The existence of evil was a problem that tormented Augustine for a long time, as he wondered how it could be possible to reconcile the idea of a perfect God, who creates all good things, with the existence of evil. This could imply the imperfection of creation and of the Creator himself. To resolve this issue, the philosopher of Hippo turned to the doctrine of Original Sin and its consequences. This doctrine is directly linked to Augustine's conversion experience and his quest to understand the origin of evil. The elaboration of the doctrine of original sin allowed Augustine to express the dynamics of grace and break with pagan and Gnostic fatalism, as well as address issues related to evil, suffering, error, justice, and freedom. To defend his position, Augustine uses three main arguments: theological, patristic, and rational. Augustine argues that sin is a consequence of human free will and that human nature is inclined to sin due to the original fall of Adam and Eve. He maintains that human nature is essentially good, since it was created by God, but that it was corrupted by original sin. In this sense, Augustine asserts that man, in his state of sin, cannot do good without the divine aid of grace. Thus arises the need for grace, a special divine help adapted to the needs of fallen humanity, so that it can find its natural place again. Augustine finds support for his arguments in the Scriptures, especially in the letters of the apostle Paul; in the liturgy of the church, which prays for divine grace; and in the tradition of the apostolic fathers. Grace, for Augustine, is the divine indwelling in the human being, redirecting his love to God, to higher goods, and freeing him from selfish love. This indwelling occurs through the Holy Spirit, which is identified with the very love directed towards God. This operation in the human soul is divine grace, essential for overcoming sin and achieving good. In this way, Augustine not only responds to the criticisms and questions of his time but also offers a profound and articulated vision of human nature, sin, and grace, reaffirming the need for divine aid for man's salvation. In this scheme of sin and grace, Augustine does not eliminate human freedom. He understands man as possessing a free will, capable of choosing, and therefore deserving of just punishment for sins or reward for good works. However, for Augustine, true freedom is not merely the ability to choose, but rather the ability to do good and turn towards higher goods, towards God. The more human will subjects itself to divine grace, the healthier and truly free it becomes. |
Palavras-chave: | pecado original; graça; liberdade; original sin; grace; freedom. |
Área(s) do CNPq: | Filosofia |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal do Maranhão |
Sigla da instituição: | UFMA |
Departamento: | DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA/CCH |
Programa: | PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA - PPGFIL |
Citação: | SODRÉ, Alessandro. Sobre a noção de graça, pecado original e liberdade em Agostinho. 2024. 73 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Filosofia- PPGFIL) - Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2024. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | https://tedebc.ufma.br/jspui/handle/tede/5701 |
Data de defesa: | 16-Ago-2024 |
Aparece nas coleções: | DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - MESTRADO EM FILOSOFIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO - MESTRADO EM FILOSOFIA |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
ALESSANDRO_SODRE.pdf | Dissertação de Mestrado | 505,04 kB | Adobe PDF | Baixar/Abrir Pré-Visualizar |
Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.